A depressão é um mal silencioso e, infelizmente, cada vez mais comum em todo o mundo. Ela chega de mansinho, assim como quem não quer nada. Em um dia, você acorda triste, desanimado. No outro, bate uma sensação de vazio e uma vontade incontrolável de chorar, sem qualquer motivo aparente. E de repente, ela nunca mais vai embora.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão teve um crescimento de 18% nos últimos 10 anos e até 2020 vai ser a doença mais incapacitante do planeta. Atualmente, ela afeta mais de 300 milhões de pessoas em todo mundo e no Brasil este número já alcança mais de 11,5 milhões de brasileiros.
O que é depressão?
A depressão é uma doença psiquiátrica crônica, que produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda, sem fim, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa.
A doença causa alterações emocionais que influenciam diretamente na forma como a pessoa percebe, sente e se relaciona com o mundo. Indivíduos com esse problema tendem a ignorar os pontos positivos da vida, focando apenas em suas faces negativas.
Nos quadros de depressão, a tristeza não dá tréguas, mesmo que não haja uma causa aparente. O humor permanece deprimido praticamente o tempo todo, por dias e dias seguidos, e desaparece o interesse pelas atividades, que antes davam satisfação e prazer, gerando angústia e caminhando para um estado de profundo vazio e comportamentos destrutivos.
Como resultado, a rotina de uma pessoa com transtorno depressivo fica comprometida, uma vez que a doença passa a interferir em sua capacidade de trabalhar, estudar, comer, dormir e realizar outras atividades comuns do cotidiano.
Ela pode durar semanas ou mesmo anos. E uma vez que o indivíduo passe por uma crise, corre maior risco de enfrentar episódio semelhante outra vez na vida.
Tristeza x Depressão
É muito comum que a tristeza seja confundida com o transtorno depressivo. Por mais que ela seja um dos principais sintomas, sentir-se triste nem sempre significa que você tem depressão.
Na verdade, esse é um dos sentimentos mais comuns na vida, já que todas as pessoas enfrentam constantemente situações difíceis que causam preocupação ou dor.
É muito importante desmistificar a felicidade obrigatória. Vivemos em uma sociedade que vende a alegria como uma constante. Com isso, a tristeza muitas vezes ganha o rótulo de doença. Não compre essa ideia! A vida sempre será a busca pelo equilíbrio entre momentos bons e ruins. Tanto a felicidade quanto a tristeza são sentimentos normais e saudáveis.
Imagine um mundo onde só existissem alegrias. Seria positivo? Por mais incoerente que pareça, não seria! Certamente se você lembrar alguns momentos difíceis pelos quais já passou, vai poder dizer que aprendeu e cresceu com eles, certo?! A tristeza pode trazer aspectos positivos, como a aproximação da família, o apoio dos amigos e algumas reflexões e mudanças necessárias para obter mais qualidade de vida.
Por isso, não podemos negar totalmente esse sentimento das nossas vidas, principalmente em momentos difíceis. Ficar desempregado, terminar um relacionamento ou enfrentar a morte de alguém que você ama, por exemplo, são episódios em que a tristeza se torna mais presente.
Um transtorno depressivo pode se instalar depois de situações como essas, mas isso não quer dizer que todo episódio de tristeza deve ser considerado depressão. Para se chegar a esse diagnóstico é preciso que exista um conjunto de sintomas afetando a vida da pessoa por um tempo significativo.
Quais são as causas da depressão?
Como muitos transtornos emocionais, a depressão não tem uma causa específica. Diversos fatores podem influenciar no desenvolvimento dessa doença.
Existem casos em que ela pode ocorrer devido a fatores genéticos, mas ainda há outras causas orgânicas e psicológicas para que o problema se manifeste.
Vale ressaltar que as mulheres parecem ser mais vulneráveis aos estados depressivos, em razão da oscilação hormonal a que estão expostas, principalmente no período fértil.
Quais são os fatores de risco da depressão?
A depressão pode aparecer em qualquer pessoa, de qualquer idade e classe social. Porém, alguns fatores podem influenciar diretamente no desencadeamento da doença:
• Histórico familiar;
• Transtornos psiquiátricos correlatos;
• Estresse e ansiedade crônicos;
• Disfunções hormonais (problemas na tireoide);
• Excesso de peso;
• Sedentarismo;
• Vícios (cigarro, álcool e drogas ilícitas);
• Uso excessivo de internet e redes sociais;
• Traumas físicos ou psicológicos;
• Problemas cardíacos;
• Separação conjugal;
• Enxaqueca crônica.
Quais são os sintomas da depressão?
Embora seja muito conhecida pela tristeza profunda, a depressão também apresenta outros sintomas:
• Fraqueza;
• Irritabilidade;
• Angústia
• Insegurança;
• Desânimo;
• Alteração de peso;
• Cansaço extremo;
• Perda de energia;
• Ansiedade exagerada;
• Baixa autoestima;
• Insônia ou sonolência excessiva;
• Pensamentos pessimistas;
• Pensamentos frequentes sobre a morte;
• Comportamentos compulsivos;
• Falta de concentração;
• Problemas ou disfunções sexuais;
• Culpa excessiva.
Quais são os tipos de depressão?
A depressão é geralmente dividida em três tipos:
– Depressão profunda ou transtorno depressivo maior:
Se uma pessoa começa a ter quadros depressivos recorrentes ou mantém os sintomas de depressão por mais de seis meses e cada vez mais intensos, pode-se considerar que ela esteja passando por uma depressão profunda ou transtorno depressivo maior.
Normalmente é um quadro mais grave e também tem grande relação com heranças genéticas. Nesses casos, existe uma alteração química no funcionamento do cérebro, que pode ser desencadeada por situações de cunho físico ou emocional.
– Distimia ou transtorno depressivo persistente:
A distimia ou transtorno depressivo persistente é considerado um tipo crônico, porém, apresenta sintomas menos graves que a depressão propriamente dita. Nesse caso, os sintomas podem durar bastante tempo, geralmente dois anos ou mais.
As pessoas que apresentam esse quadro costumam perder o interesse nas atividades diárias normais, passam a reclamar constantemente e ser muito críticas, e são incapazes de se divertir.
– Depressão bipolar:
Este tipo de depressão se apresenta dentro de quadros de transtornos bipolares, sendo que na fase depressiva, o indivíduo apresenta os mesmos sintomas de episódios depressivos e na fase da euforia, pode ficar bastante agitado, impulsivo, desatento e hiperativo.
Diagnóstico da depressão
O diagnóstico da depressão é clínico e somente pode ser dado por um médico especialista, no caso o psiquiatra, que é responsável por tratar pessoas com transtornos mentais.
Durante a consulta são feitos alguns testes e questionários que podem apontar para o distúrbio. Além disso, os sintomas apresentados e o histórico do paciente e de sua família também são levados em consideração.
Para complementar a avaliação do quadro do paciente e chegar ao diagnóstico exato, o psiquiatra também pode solicitar alguns exames laboratoriais específicos.
A depressão pode estar associada a outros transtornos psiquiátricos e tem níveis de intensidade, podendo ser leve, moderada ou grave. Cada caso é avaliado individualmente e cada paciente recebe um diagnóstico e é encaminhado para tratamento mais indicado.
Tratamento da depressão
Depressão é uma doença que exige acompanhamento médico sistemático. Na maioria das vezes, o tratamento é feito em conjunto pelo psiquiatra e o psicólogo.
O acompanhamento psicológico, que busca levantar as causas do problema e como ele pode ser resolvido, é crucial, pois é na terapia que as raízes da depressão são tratadas efetivamente.
Quadros leves costumam responder bem a esse tipo de tratamento. Porém, nos casos mais graves e com reflexo negativo sobre a vida afetiva, familiar, profissional e em sociedade, a melhor opção é o uso de antidepressivos com o objetivo de tirar a pessoa da crise.
Existem diversos remédios que ajudam a regular a química cerebral e aumentar a disposição, e que não causam dependência. O psiquiatra escolherá o mais indicado de acordo com o perfil de cada paciente.
Apesar dos medicamentos levarem um tempo para dar resultado (por volta de duas a quatro semanas) e das desvantagens de alguns efeitos colaterais que podem ocorrer, a prescrição médica deve ser seguida fielmente, a fim de evitar recaídas.
Para fortalecer os efeitos de qualquer tratamento adotado, é muito importante que a pessoa faça mudanças significativas na sua rotina. Diminuir o fluxo de trabalho, praticar exercício físico, melhorar a alimentação, desenvolver hobbies e largar vícios são exemplos de comportamentos que agregam qualidade de vida e ajudam a superar a depressão.
Caso você tenha se identificado com esse texto, agende um horário com o nosso psicólogo ou psiquiatra!
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